BRASIL
O Indie Rock Brasil surgiu como movimento de oposição ao pop manjado, e por isso, criou espaço para fãs e artistas de uma vertente mais restrita da música independente, composta por bandas de rock que cantavam basicamente em inglês. A primeira edição aconteceu no bar A Obra, casa de palco apertado, quente, com capacidade para 150 pessoas, aproximadamente – mas que teve que fazer caber 1500, público do ano de estreia do Indie Rock Brasil. O ano era 2002, bem na semana do feriado da independência – 5,6 e 7 de setembro (Festival Indie na semana da independência… significa?!). Participaram dessa estreia as bandas mineiras Thesurfmotherfuckers, Moan e Valv, as cariocas Casino e Pelvs, além de Monokini (São Paulo), MQN (Goiânia), Walverdes (Porto Alegre) e Space Invaders (de Pouso Alegre, no interior de Minas).
A sonoridade do Indie Rock é muito presente no estado de São Paulo,Paraná e Rio Grande do Sul. Entre os principais nomes do indie destacam-se bandas como o Pato Fu, A Banda Mais Bonita da Cidade, Inky, Garotas Suecas,Clarice Falcão, CSS, Apanhador Só e Vivendo do Ócio,[2] dentre outras, e músicos como Tiago Iorc, Beatriz Pereira, David Ballot, Tiê,[3] Saulo Haikal,[4] Thiago Pethit, Canvas e China.[5] Da região norte do país as bandas mais importantes dessa vertente são a banda Orbe hoje já não mais em atividade e mais recentemente a banda Versalle que ficou em 3º lugar em um reality show realizado pela rede Globo. Muito se discute se o Indie Rock no Brasil seria uma ramificação do gênero MPB, sendo que não há resposta pacífica sobre o tema.
BANDAS DA RECENTE CENA INDIE NACIONAL
Maglore
Teago Oliveira (voz/guitarra), Rodrigo Damati (voz/baixo) e Felipe Dieder (bateria) – Salvador/São Paulo – MPB/Pop Rock/Rock Psicodélico
Com influências internacionais como Wilco e Neil Young e grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, Jorge Ben, Novos Baianos, Gilberto Gil, a banda traz um som muito atual, lembrando alguns sons gringos que compõem o indie rock/rock psicodélico atual.
A banda conseguiu chamar atenção desde o primeiro dos três álbuns lançados, porém é no terceiro disco, intitulado de III, que a banda conseguiu transmitir o seu som mais puro e menos tímido de certa forma.
Letuce
Letícia Novaes (voz) e Lucas Vasconcellos (voz/teclado/guitarra/violão/sintetizadores) – Rio de Janeiro – MPB/Lounge music/Pop
O duo brasileiro formado em 2007 teve seu primeiro álbum lançado em 2009 com o nome de "Plano de Fuga pra Cima dos Outros e de Mim", onde em um mix de sentimentos fortes impactou o público logo de cara. Lançou seu segundo álbum em 2012, intitulado de "Manja Perene", que com suavidade conseguiu inovar dentro de um gênero tão confortável quanto a MPB.
Ano passado (2015) a banda lançou seu terceiro disco, "Estilhaça", mesmo após a separação do casal que forma a banda. Com um som mais maduro as músicas passeiam por várias emoções, muito por causa do instrumental forte imposto nesse último trabalho.
Não ao futebol moderno
Felipe Vicente (bateria), Kílary Burtet (voz), Pedro Appel (baixo) e Marco Bueno (guitarra) – Porto Alegre – Emo/Rock Alternativo/Pós-punk
A melancolia toma conta das composições da banda, principalmente no EP "Onde anda Chico Flores?" Lançado em 2014. Com melodias bem marcadas aposta justamente nas letras fortes para atrair seu público. Sua mixagem também chama atenção pela forma com que as vozes fogem do tom do instrumental.
No seu segundo álbum, "Vida Que Segue" (2016) (quando tive oportunidade de conhecê-los) a banda imprime um tom diferente, e mesmo com os diversos estilos destacáveis no disco ainda é muito visível a influência norte-americana principalmente da era pós-punk.
Dingo Bells
Rodrigo Fischmann (voz principal/bateria), Diogo Brochmann (voz/guitarra e teclado) e Felipe Kautz (voz e baixo) – Porto Alegre – Rock Alternativo/Rock Psicodélico/Jazz
O trio gaúcho realiza através de um trabalho intensivo uma obra de canção popular, que une diversas influências sonoras como modo de achar o olhar essencial sobre nossas fragilidades de forma leve e feliz, ao contrário do que mostra a capa do último álbum, "Maravilhas da Vida Moderna".
Supercordas
Bonifrate (guitarra/violão/voz), Valentino (baixo/voz), Giraknob (guitarra) e Gabriel Ares (teclado) - Rio de Janeiro/Paraty/São Paulo – Rock Psicodélico
A banda que está desde 2003 nos brindando com um belíssimo som psicodélico soube ao longo do tempo se reinventar mesmo com as mudanças na formação da banda.
Hoje faz um som diferente de tudo que você já ouviu, com grandes contrastes tanto nas composições quanto nas melodias, com letras que tramitam entre fortes críticas sociais e tranquilizantes neurais.